Foto: Helio Montferre/Ipea
Mais de 380 publicações e 210 eventos de disseminação do conhecimento. Representação em 71 comitês, comissões e grupos de trabalho do governo. Realização de concurso público depois de 15 anos. Fortalecimento das ações de diversidade, inclusão e sustentabilidade. Essas são algumas das muitas ações que fizeram de 2024 um ano histórico para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Do assessoramento qualificado a órgãos de governo à produção de pesquisas relevantes para a sociedade brasileira, passando por um forte trabalho de desenvolvimento institucional, o Ipea completou 60 anos de existência com reforço de sua missão e a construção das bases para uma intensa agenda que já está sendo planejada para 2025.
Aliança contra a Fome e a Pobreza
A instituição participou da formatação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da cúpula do G20, propondo a criação de uma Cesta de Políticas Públicas. A partir de 2025, o Ipea também sediará o “escritório do conhecimento” da Aliança, trazendo evidências e apoiando os países membros na implementação das políticas.
“Essa certamente foi uma das grandes entregas do Ipea à sociedade no ano de 2024, porque sintetiza aquilo que fazemos de melhor, que é usar a excelência do nosso corpo técnico e a experiência acumulada ao longo de muitos anos para apoiar a tomada de decisão e a implementação de políticas públicas relevantes, que, de fato, têm potencial para transformar a realidade”, avaliou a presidenta da instituição, Luciana Mendes Santos Servo.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pretende acelerar esforços na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 (Erradicação da Pobreza) e 2 (Fome Zero). Essa não foi, no entanto, a única atuação do Ipea para o avanço da Agenda 2030 no Brasil e no mundo.
ODS
Durante todo o ano de 2024, o Instituto apoiou a Comissão Nacional dos ODS da Presidência da República e, em julho, lançou a segunda edição dos Cadernos ODS, que serviram como subsídio para o Relatório Nacional Voluntário, um instrumento de prestação de contas à comunidade internacional. Representantes da instituição também participaram da apresentação e lançamento do ODS 18, que trata sobre a igualdade étnico-racial. Com esse ato, o Brasil declara e assume seu compromisso com essa pauta, junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
Protagonismo no T20
Com sólida atuação na articulação com organizações nacionais e internacionais, o Ipea também foi um dos coordenadores do T20, grupo de engajamento que reuniu mais de 180 think tanks e instituições de pesquisa ao redor do mundo para elaborar propostas para o G20, que é o fórum das maiores economias do mundo. A discussão e o apontamento de caminhos para problemas globais continuará em 2025, quando o Instituto irá coordenar conselhos de think tanks dos Brics e discussões multilaterais que acontecerão no âmbito da COP30.
Políticas públicas e transparência
Para facilitar o acesso a dados e indicadores sobre diversos temas, o Ipea trabalhou no lançamento e na atualização de plataformas que apoiam pesquisadores e gestores de políticas públicas na busca e utilização de informações e evidências.
A plataforma Economia da Saúde é uma iniciativa inédita que reúne publicações, cursos, entrevistas e bancos de dados que podem aprimorar a aplicação do conhecimento nas decisões do Sistema Único de Saúde (SUS).
Já a plataforma Infere (Investimentos Federais Regionalizados), também lançada em 2024, mapeia a distribuição dos investimentos federais no Brasil e oferece dois principais produtos para os usuários: um painel que mostra a localização dos investimentos (como obras), máquinas e equipamentos adquiridos pelo Governo Federal e um visualizador de dados, com mapas, gráficos e tabelas.
Para qualificar o debate sobre as desigualdades de gênero e raça no Brasil, a nova versão do projeto Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, elaborado em parceria com a ONU Mulheres e com o Ministério das Mulheres, reúne mais de 300 indicadores e 2 mil gráficos. Ele mostra, por exemplo, que 21,2% das mulheres negras ocupadas não conseguem contribuir para a Previdência.
E, para melhorar o acompanhamento das políticas de assistência social, previdência social e saúde, foi aprimorado o Beneficiômetro da Seguridade Social, plataforma desenvolvida pelo Ipea e que completou um ano em 2024.
Fortalecimento institucional
Depois de 15 anos sem concursos, foi realizado um certame que garantiu a entrada de 80 novos técnicos de planejamento e pesquisa no Ipea, fortalecendo a capacidade de a instituição entregar os resultados esperados pelo governo e pela sociedade.
Foi o primeiro concurso realizado na vigência da Lei de Cotas, garantindo que 20% das vagas fossem destinadas a pessoas pretas e pardas. Além disso, 10% das oportunidades foram reservadas a pessoas com deficiência.
“Para a instituição foi muito importante a entrada de novos servidores, termos aplicado a Lei de Cotas e ampliado a reserva de vagas para pessoas com deficiência. A ampliação da diversidade deve ser seguida de constante letramento e diálogo para enfretamento do racismo, da misoginia, da LGBTQIA+fobia, do capacitismo, do etarismo e toda e qualquer forma de discriminação. Em 2024, foram realizados cursos e eventos, mas esses devem ser constantes e envolver todos os que trabalham no Ipea”, explicou a presidenta Luciana Servo.
Também merecem destaque o Programa de Enfrentamento ao Assédio, lançado pelo Ipea em 2024, e a Unidade de Acolhimento inaugurada no final do ano e composta por voluntários – ações importantes para prevenção e combate ao assédio no Instituto.
Produção e disseminação do conhecimento
Com a média superior a uma publicação por dia, em 2024 o Ipea produziu 387 documentos sobre temas urgentes e importantes para o desenvolvimento do país, como livros, textos para discussão, notas técnicas, relatórios de pesquisa, revistas e boletins, entre outros formatos. Além disso, para compartilhar esse conhecimento acumulado, o Instituto realizou 213 eventos. Esses conteúdos, baseados em evidências científicas, apoiaram o governo e gestores nas tomadas de decisão e, também, pesquisadores de diferentes áreas.
Assessoramento e Avaliação
Neste ano, o Ipea também teve reforçado o seu papel de assessoramento ao Estado e de avaliação de políticas públicas, serviços, programas e ações. Atuando em temas cada vez mais amplos e transversais, passando por indicadores e modelos econômicos, meio ambiente e clima, educação, saúde e assistência social, o Instituto atuou como suporte a órgãos como ministérios e instituições internacionais, por meio de diversos acordos e parcerias que resultaram em análises e recomendações de ações e estratégias baseadas em evidências.
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