Serviços devem pressionar a inflação neste ano
Publicado em 28/01/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h02
Publicado em 28/01/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h02
Serviços devem pressionar a inflação neste ano
Boletim Conjuntura em Foco lançado no Rio destacou o impacto do setor nos preços ao consumidor brasileiro
“O maior foco de pressão na inflação é o setor de serviços”, afirmou a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Maria Andréia Parente, durante apresentação do boletim Conjuntura em Foco, na quinta-feira, 27, na representação do Instituto no Rio de Janeiro. Segundo Parente, embora o setor de alimentos responda por quase 60% da inflação, ele depende muito de outros fatores, como os problemas climáticos, por exemplo, enquanto o setor de serviços, que impacta quase 30% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode ser administrado por meio de medidas governamentais.
Essa é uma das principais conclusões da primeira edição de 2011 do Conjuntura em Foco , divulgado em evento que contou também com a presença do diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea, Renaut Michel.
Parente elencou os serviços pessoais, residenciais e de saúde como os que têm índices mais elevados. “Existe um custo para o consumidor trafegar de um serviço para outro. Há o custo de uma criança mudar de colégio, por exemplo. Os pais percebem a mão de obra que será e acabam aceitando um reajuste um pouco maior. Isso acontece também quando se pensa em trocar de médico e dentista, sem contar que são serviços em que se confia em determinada pessoa.” A técnica citou ainda os serviços de condomínio e, entre os serviços pessoais, a empregada doméstica.
Parente acredita que “o Brasil tem um cenário de inflação um pouco nebuloso para o ano”. Para ela, embora a projeção seja a de uma inflação inferior à de 2010, o número deve ficar ainda longe do centro da meta (4,5%). O Ipea só vai divulgar as projeções do ano em números na Carta de Conjuntura, em março.