Abrangência das políticas de apoio às exportações no Brasil e perfil das empresas beneficiadas

Radar nº 11

Nos últimos anos, a consistente e continuada valorização do real em relação ao dólar, aliada à crise internacional, tem colocado novos desafios para as exportações brasileiras. Não há nenhuma evidência de que o movimento mundial de desvalorização do dólar vá se reverter no futuro próximo e, nesse sentido, o câmbio deverá continuar sendo um desafio importante no próximo período, especialmente para as exportações de produtos industrializados. Além disso, a demanda dos países centrais – que são os mais relevantes importadores de produtos industrializados – ainda não se recuperou depois da crise internacional.

Esses dois fatores explicam o desempenho do comércio brasileiro no período recente. A despeito do volume de comércio (tanto exportações quanto importações) já ter alcançado, até outubro deste ano, aproximadamente o mesmo patamar de 2008, houve uma mudança significativa na estrutura da pauta de exportações no período pós-crise. Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações brasileiras estão num patamar apenas 4% inferior ao mesmo período de 2008. Por sua vez, as exportações de produtos industrializados estão R$ 30 bilhões abaixo do observado em 2008: uma queda de 24%. Estes números evidenciam uma mudança qualitativa na pauta de exportações, cada vez mais concentrada em commodities e produtos de menor valor agregado. São estes os produtos – cuja demanda vem sendo impulsionada, entre outros fatores, pela demanda chinesa – que estão sustentando o crescimento das exportações brasileiras entre 2008 e 2010.

Autores: Fernanda De Negri, Lucas Ferraz Vasconcelos e Jefferson Galetti

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