Mudanças no Apoio à Pesquisa em Energias no Brasil: subindo degraus da inovação?

Radar nº 44 – Fevereiro de 2016

Até meados dos anos 1990, fatores como o alto custo do aproveitamento das fontes de energia solar, eólica e biomassa, comparativamente às hidrelétricas e a outras fontes tradicionais, inibiam seu maior aproveitamento na matriz energética do Brasil. Mais recentemente, a elevação do preço da energia elétrica e a necessidade do uso de usinas termoelétricas movidas a combustível de origem fóssil acionaram o alarme sobre a necessidade de ampliar as alternativas de eletricidade. As estiagens mais rigorosas, levando a crises de oferta em 2001 e atualmente, desde 2013, aceleram o uso das fontes solar, eólica e de biomassa para geração elétrica. Evidencia-se a relevância da pesquisa e da inovação e dos instrumentos de apoio estatal aos estudos.

Entre os avanços estruturantes da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e inovação na área de energia no Brasil, nos últimos quinze anos, estão os esforços de construção e ampliação de infraestruturas de pesquisa e o aperfeiçoamento de capacidades profissionais. A promoção de parcerias e da cooperação entre instituições científicas tecnológicas (ICTs), bem como a aproximação de empresas inovadoras, são ainda um desafio, como apontam De Negri e Squeff (2016) e Santos (2016). Sabe-se que essa tarefa exige décadas de esforços, exigindo mudanças institucionais, além de um aprendizado contínuo. Particularmente na área de energias, o país parece ter superado a primeira fase de estruturação de um sistema nacional de inovação (SNIE), como sugerido em Santos (2015).

Autores: Gesmar Rosa dos Santos

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