Mais de 3 mil mulheres sem terra ocupam Ministério da Agricultura

 

 

São Paulo – A sede do Ministério da Agricultura em Brasília foi ocupada por mais de 3 mil mulheres sem-terra na manhã desta segunda-feira (9). A manifestação é integrada por trabalhadoras rurais de 24 estados. E marcou o encerramento da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde quinta-feira da semana passada.

Durante a ação, as trabalhadoras criticaram a distribuição de titularidades individuais dos lotes de terra para os assentados de reforma agrária, a chamada titulação das terras, que segundo o movimento visa a privatização das áreas. Elas criticaram ainda os cortes nos investimentos públicos, e a liberação desenfreada de agrotóxicos pelo governo de Jair Bolsonaro.

"Nós sempre defendemos o Contrato de Concessão de Uso (CCU), porque restringe a mercantilização das terras conquistadas, e terra para nós é um bem comum da natureza, e portanto, não pode ser mercadoria", disse Maria da Silva Trindade, militante do MST.

"O objetivo dessa ação de ocupação é denunciar o projeto de morte que está por trás desse órgão federal. Hoje o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) está subordinado ao Ministério da Agricultura e este ministério é o maior responsável pelo envenenamento de toda a população brasileira. Os agrotóxicos estão sendo jogados na mesa do povo e nós viemos aqui denunciar isso", explica Kelly Mafort, da coordenação nacional do movimento.

Segundo o Ministério da Agricultura, foram liberados 474 agrotóxicos em 2019, a maior liberação dos últimos 15 anos. As informações são do MST e do jornal Brasil de Fato.

Por Paulo Donizetti de Souza para Rede Brasil Atual- 09/03/2020

FONTE: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/03/mulheres-sem-terra-ocupam-ministerio-agricultura/