Emprego. Trabalho

Grau de ociosidade do capital humano diminui diante da melhora no mercado de trabalho

Índice de qualificação média do trabalho registra ligeiro avanço de 0,16% e horas trabalhadas crescem 2,31% na comparação entre o segundo trimestre de 2022 e o trimestre anterior

Helio Montferre/Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou, nesta quarta-feira (21/09), uma atualização das séries dos Indicadores Ipea de qualificação da mão de obra, de contribuição do fator trabalho e do grau de ociosidade do capital humano até o segundo trimestre de 2022. De acordo com os resultados do estudo, o Índice de Qualificação do Trabalho (IQT) mostrou relativa estabilidade na primeira metade de 2022, enquanto o grau de ociosidade do capital humano apresentou tendência de queda, tendo passado de 11,5% no terceiro trimestre de 2020 para 7,2% no segundo trimestre de 2022.

O indicador IQT combina informações sobre o mercado de trabalho com dados de escolaridade e experiência. Após atingir o seu máximo valor na série histórica no final de 2020, o Índice decresceu ao longo de 2021, com uma redução de 123,1 pontos no quarto trimestre de 2020 para 120,1 pontos no mesmo período de 2021. Além disso, o IQT apresentou tendência de estabilidade no primeiro semestre de 2022, fechando o segundo trimestre do ano em 119,5. Na comparação com o trimestre anterior, o indicador com ajuste sazonal encerrou o segundo trimestre com um ligeiro avanço de 0,16%. Já as horas efetivamente trabalhadas cresceram 2,31% na mesma base de comparação.

A queda do IQT em 2021 pode ser explicada pelo afrouxamento das medidas restritivas de combate à pandemia e a consequente retomada do emprego presencial, especialmente no setor de serviços, que favoreceu a demanda por mão-de-obra com menor qualificação.

Essa nota traz também uma análise desagregada pelos doze subsetores da economia. Todos os subsetores demonstraram melhora efetiva na composição da população ocupada durante o período entre o primeiro trimestre de 2012 e o segundo trimestre de 2022. Ao compararmos a evolução dos três grandes setores com o IQT agregado, podemos ver o setor agropecuário exibindo trajetória inferior a partir do segundo trimestre de 2015. Já na indústria, três dos quatro subsetores apresentaram crescimento acima da média, enquanto no setor de serviços, apenas o subsetor de atividades de serviços obteve crescimento relativo superior ao nível do IQT agregado.

Os dados do segundo trimestre de 2022, na comparação com o último trimestre de 2021, indicam que a melhora no mercado de trabalho tem sido difundida em todos os subsetores da economia. O fluxo de horas trabalhadas vem crescendo de forma generalizada, à exceção da agropecuária. Os setores intensivos em atividades presenciais, tais quais: comércio, outros serviços e construção civil, por exemplo, apresentaram taxas de crescimento expressivas no período (6,25%, 5,30% e 5,40%, respectivamente).
Por fim, o grau de ociosidade do capital humano (desocupação ajustada pela qualificação da força de trabalho), medida mais apropriada para capturar a ociosidade do fator trabalho em termos de capacidade produtiva, recuou de 11,5% no terceiro trimestre de 2020 (valor máximo da série histórica) para 7,2% no segundo trimestre de 2022. Este movimento sugere que o hiato do fator capital humano está aproximando-se de zero, na medida em que o indicador se encontra apenas 1,9 pontos percentuais superior ao valor mínimo observado na série histórica (5,3% durante o primeiro trimestre de 2014).

 
Acesse a íntegra a nota sobre o Índice de Qualidade do Trabalho – IQT

 
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