Cooperação Internacional. Relações Internacionais

International Policy Centre do Ipea retoma as atividades e lança novo sítio eletrônico

Unidade voltada ao intercâmbio de conhecimento do Sul Global amplia escopo de atuação e parcerias

Helio Montferre/Ipea

Com a missão de avançar nas agendas de desenvolvimento inclusivo e sustentável, bem como na mobilização e no intercâmbio de conhecimentos e práticas entre os países do Sul Global, o engajamento de pesquisadores do Ipea antes facilitadas por parcerias construídas pelo International Poverty Centre (IPC) e depois pelo International Policy Centre for Inclusive Growth (IPC-IG) agora serão desenvolvidas pelo International Policy Centre for Inclusive Development (IPCid). O Centro retomou oficialmente suas atividades em 30 de março, desta vez integrado à estrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele recebeu uma nova denominação – à sigla original foi adicionado o marcador “id”, para representar o foco do IPCid no desenvolvimento inclusivo e sustentável – e lançou um novo sítio eletrônico: www.ipcid.org.

"O Centro Internacional de Políticas para o Desenvolvimento Inclusivo é uma iniciativa importante de internacionalização do conhecimento do Ipea e das políticas públicas brasileiras, abrindo portas para que possamos dialogar, ensinar e aprender com parceiros de outros países e organismos internacionais", disse a presidenta do Ipea, Luciana Servo. O Centro tornou-se uma unidade da Diretoria de Estudos Internacionais (Dinte) do Instituto em dezembro de 2022 e responde por várias parcerias, acordos de cooperação técnica e memorandos de entendimento com organismos internacionais.

O IPCid será o veículo para disseminar as análises e pesquisas do Ipea no âmbito do G20 e de outras parcerias internacionais, ao produzir as versões em espanhol, inglês, francês, além do português. Tradicionalmente, o Ipea representa o governo brasileiro junto aos think thanks dos Brics, nos fóruns acadêmicos desse grupo de países, e do Ibsa, que reúne Índia, Brasil e África do Sul, para o debate sobre desafios comuns aos três países.

Nesse sentido, o IPCid também apoiará o Ipea em um de seus projetos de referência para 2023, a agenda do Think20 (T20), processo que congrega think tanks dos países-membros do G20. Segundo o diretor da Dinte, Fábio Véras Soares, vários pesquisadores do Ipea têm participado de um dos grupos de engajamento do T20, que conta com representantes de diversos centros de pesquisas, para discutir temas econômico-financeiros e sociais, como financiamento do desenvolvimento sustentável, meio ambiente, educação e desenvolvimento. A partir de 1º de dezembro deste ano, o Brasil assume a presidência do G20, grupo com as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia.

“O Ipea tem o desafio de coordenar os think thanks brasileiros nesse processo e convidar centros similares que participam do G20 para debater temas tradicionais, como mudança climática, saúde, educação, digitalização”, destacou Soares. Além de temas ambientais, ele acredita que a presidência brasileira do G20 vai enfatizar temas sociais, como o combate à fome, segurança alimentar, redução das desigualdades e combate à discriminação. “São temas, imagino, que a presidência brasileira do G20 gostaria de ver a comunidade internacional debatendo, além de mostrar os avanços e o que o governo brasileiro pretende fazer. Do lado do Ipea, vamos mostrar a pesquisa feita no Brasil, bem como de outros países do G20”, disse.  

Agenda de políticas públicas

Com atuação em 13 áreas temáticas, que vão desde o combate à fome e à desnutrição, passando pelo fortalecimento da proteção social e do comércio justo, o IPCid também se dedica à geração de evidências para a melhoria de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento internacional. “Um diferencial do Centro é a defesa de valores associados aos temas de sua competência, fazendo com que ele seja um difusor de práticas e uma voz importante do Brasil no combate às desigualdades na agenda de desenvolvimento internacional”, destacou o coordenador do IPCid, Rafael Schleicher.

A internacionalização de conhecimentos e práticas dos países parceiros do Brasil no Sul Global é uma característica distintiva do IPCid, que se soma à produção científica gerada pelo Ipea e por outras instituições brasileiras. “Por princípio, o Centro aposta no diálogo aberto, na solidariedade e no aprendizado mútuo como os pilares para a construção de parcerias duradouras”, disse Schleicher. Nesta nova fase, o IPCid retorna com projetos considerados ambiciosos em quatro principais frentes de atuação: cooperação internacional, avaliação e monitoramento de políticas, internacionalização de conhecimentos e parcerias internacionais.

No campo da cooperação para o desenvolvimento internacional, por exemplo, o IPCid é responsável pela produção estatística anual oficial sobre a Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (Cobradi). Da Pesquisa Cobradi resultam o relatório oficial do Brasil nessa temática e o envio de bases de dados à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e à Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) para o cumprimento de compromissos estatísticos anuais do Brasil, explicou Schleicher.

Na frente de avaliação e monitoramento de políticas de desenvolvimento inclusivo, o IPCid é responsável pela análise da cooperação oficial Sul-Sul do Brasil, bem como a de políticas de outros países do Sul Global que solicitem apoio do Ipea. Servindo tanto ao projeto de internacionalização do conhecimento produzido pelo Ipea quanto de seus parceiros, o Centro divulga regularmente pesquisas aplicadas por meio de seus one-pagers, policy briefs, research briefs e a revista Policy in Focus, publicações que já somam quase duas décadas de existência.

O IPCid conta ainda com arranjos de implementação, que envolvem uma ampla rede de parcerias firmadas com instituições nacionais e estrangeiras. Entre elas, se destacam a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e Organização Internacional do Trabalho (OIT). As parcerias com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério de Relações Exteriores, e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão entre as mais produtivas nas agendas de mensuração, quantificação e avaliação de projetos e programas de desenvolvimento internacional, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

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