Economia. Desenvolvimento Econômico
Capitalismo periférico e atraso econômico é tema de seminário no Ipea
Economista Matías Vernengo foi convidado como palestrante
Publicado em 24/07/2023 - Última modificação em 27/07/2023 às 10h52

Na última sexta-feira (21/7), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou o seminário Variedades do capitalismo periférico: sobre as bases institucionais do atraso econômico. O evento ocorreu no auditório do Instituto no Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo. O palestrante convidado foi o economista Matías Vernengo, professor titular da Universidade de Bucknell, nos Estudos Unidos, autor dos livros Why Latin American Nations Fail: development strategies in the twenty-first century e Varieties of capitalism: second generation perspectives.
O evento contou com a participação de Cláudio Amitrano, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, e de Carlos Pinkusfeld, diretor-presidente do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento. A coordenadora geral de Estudos e Políticas Macroeconômicas, Mônica Mora, atuou como mediadora do seminário. Na abertura, Mora destacou que a apresentação de Vernengo foi elaborada em parceria com Esteban Pérez Caldentey, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), autor dos livros citados pelo economista durante o seminário.
Capitalismo periférico é um conceito econômico utilizado para referir-se a países subdesenvolvidos e capitalistas. Vernengo, que também teve passagem pelo Banco Central da Argentina, falou sobre as visões institucionais, geográficas e culturais do atraso latino-americano. O pesquisador enfatizou as diferentes perspectivas sobre as limitações da atual estratégia de desenvolvimento da região.
Ao longo de sua apresentação, Matías Vernengo citou diversos autores que, desde o início do século passado, estudaram essas questões. O economista argentino Raul Prebisch, mencionado por Vernengo, acreditava que os problemas dos países periféricos estavam relacionados à gestão do balanço de pagamentos e às questões financeiras e macroeconômicas decorrentes da instabilidade significativa dos termos de troca. Seu trabalho baseou-se em uma crítica aos fundamentos macroeconômicos da economia neoclássica e sua natureza autoajustável.
Durante o evento, Cláudio Amitrano destacou sobre a oportunidade de retomar alguns debates sobre estratégia e modelos de desenvolvimento. Segundo ele, esse debate de economia política comparada vem ganhando corpo sistematicamente. “Se tem um conjunto de países que tem o comando do crescimento pelo lado da demanda centrado no consumo doméstico, um outro conjunto de países vai ter que ter um comando do crescimento centrado pelo setor externo. Essa economia tem que fechar, ou seja, essa economia mundial tem que se complementar. E, de alguma forma, ainda que não necessariamente intencional, os distintos modelos de crescimento ou variedades de Capitalismo dependem desse arranjo internacional”.
Pinkusfeld, que também é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez uma análise dos acontecimentos nas décadas passadas e discutiu a evolução e o cenário atual. “Eu acho que essa retomada, inclusive de análise histórica, para pensar no capitalismo como ele é e não como uma variedade doentia da periferia”, disse o especialista.
Mônica Mora enfatizou a relevância do tema e a importância da retomada dos debates sobre desenvolvimento.
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