Economia. Desenvolvimento Econômico

Ipea revisa projeções de inflação medida pelo IPCA de 4,8% para 4,6% e pelo INPC de 4,5% para 4,2% em 2023

Para 2024, a projeção é de que taxas sejam de 4,0% e 3,8% para o IPCA e para o INPC, respectivamente

Helio Montferre/Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (19), as projeções atualizadas para a inflação brasileira para 2023 e 2024. A análise revisou para baixo as variações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2023, cujas projeções foram revistas de 4,8% e 4,5% (em setembro) para 4,6% e 4,2% (em dezembro), respectivamente, conforme as tabelas abaixo:

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De acordo com os pesquisadores do Ipea, embora o principal foco de pressão sobre a inflação de 2023 tenha origem no comportamento dos preços administrados, com variação no ano de 8,8%, esse grupo vem apresentando uma trajetória mais benevolente, sobretudo após a queda do preço da gasolina nos últimos meses, proporcionada pelo recuo das cotações internacionais do petróleo combinada com a recente apreciação cambial. Houve também a melhora no desempenho dos alimentos e dos bens industriais, em particular os bens de consumo duráveis, com deflações acumuladas no ano de 1,8% e 0,54%, respectivamente.

Para 2024, as projeções do Grupo de Conjuntura do Ipea indicam que o processo de descompressão inflacionária deve se manter. Com isso, as altas previstas para o IPCA e para o INPC foram de 4,0% e 3,8%, respectivamente. O alívio inflacionário para o próximo ano virá da desaceleração dos preços administrados e, em menor intensidade, da melhora do comportamento dos serviços livres.

No caso dos preços administrados, as taxas previstas de 4,4% no IPCA e de 4,2% no INPC estão baseadas, em grande parte, em um desempenho mais favorável dos combustíveis. Já para os serviços livres, as altas projetadas de 5,0% e 4,6% no IPCA e no INPC, respectivamente, repercutem um crescimento mais moderado da demanda, tendo em vista o arrefecimento da atividade econômica estimado o próximo ano.

Os alimentos e os bens industriais, por outro lado, devem apresentar taxas de inflação mais altas no ano que vem, mesmo diante de um cenário de estabilidade de commodities e câmbio. Em relação aos alimentos no domicílio, além da projeção de uma safra 2,8% menor que a registrada em 2023, os efeitos climáticos causados pelo El Niño também devem prejudicar parte da produção de frutas, verduras e legumes, sobretudo no primeiro quadrimestre do ano.

Desta forma, as altas projetadas para os alimentos em 2024 são de 3,9% no IPCA e de 4,1% no INPC. No que diz respeito aos bens industriais, as estimativas de uma inflação maior para este segmento, com taxas previstas de 2,1% no IPCA e de 1,9% no INPC, decorrem, em grande parte, de uma recuperação dos preços dos bens de consumo duráveis, reverberando uma melhora nas condições de crédito e do nível de endividamento das famílias.

Os pesquisadores, no entanto, não descartam o surgimento de riscos inflacionários adicionais, que podem limitar este processo de desinflação em 2024. Além da ocorrência de efeitos climáticos ainda mais intensos, reversões nas trajetórias de commodities, especialmente as energéticas, e do câmbio, podem resultar em taxas de variações de preços mais elevadas.

Leia a íntegra do estudo

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