Cooperação Internacional. Relações Internacionais

Ipea participa do ciclo de diálogos da presidência brasileira do BRICS com a sociedade civil

Instituição preside conjunto de organizações que estudam e debatem temas para fortalecimento do grupo; evento desta semana teve como foco a Trilha de Finanças e foi organizado pelo Ministério da Fazenda

Créditos: Ministério da Fazenda

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) participou ativamente, nesta semana, do ciclo “Diálogo sobre a presidência brasileira do BRICS com a sociedade civil”, uma iniciativa do governo federal para aproximar a população dos temas discutidos pelo grupo de países emergentes. O evento foi realizado em duas etapas: na segunda-feira (24), ocorreu no Rio de Janeiro, e nesta quinta (27), em São Paulo.

Os encontros foram organizados pelo Ministério da Fazenda e tiveram como foco a Trilha de Finanças, ou seja, os aspectos econômico-financeiros. O Brasil está na presidência brasileira do BRICS em 2025. E o Ipea é um dos think tanks (organizações que fazem estudos e debates que servem de base para o grupo de países) e preside atualmente o conselho dessas instituições, o BRICS Think Tanks Council (BTTC).

Em sua fala, durante o evento no Rio, a presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, explicou a função da rede de centros de pesquisa do bloco econômico. Ela explorou ainda os desafios da Trilha de Finanças e o papel dos think tanks nas entregas de recomendações. “A gente tem que entregar as recomendações para as trilhas até abril. Selecionamos alguns think tanks especialistas em áreas e fizemos oficinas para preparar recomendações. A fase seguinte é sentar à mesa com essas organizações que representam os outros países. A ideia é que a gente use o fórum acadêmico do BRICS para continuar essa discussão”, detalha.

A embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, durante a abertura do debate, reforçou que a presidência brasileira ocorre num momento especial para o país, que vem de uma intensa agenda do G20 em 2024, em que a pasta também coordenou a Trilha de Finanças.

“A presidência brasileira teve resultados importantes, olhando para todas as vertentes, com o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na área também de desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, vale dizer que já colocamos as bases de parte da agenda, sobretudo em finanças sustentáveis, para a realização no final desse ano da COP 30 no Brasil. Pautamos também uma agenda de fortalecimento, de reforma da governança global, que sempre tem um sentido especial”, declarou a embaixadora.

A contextualização do BRICS na economia global, considerando a iniciativa de discussão dos riscos e oportunidades do cenário internacional da economia global, foi tema da fala de Júlia Braga, subsecretária de Acompanhamento Macroeconômico e de Políticas Comerciais no Ministério da Fazenda.

“O BRICS já ampliado em termos de participação na população global abrange 48% da população global. Se a gente fizer uma comparação com os números econômicos, percebe-se que existe um longo caminho a ser percorrido para que essa população desses países se valha dos ganhos do crescimento econômico, do desenvolvimento econômico”, explicou.

Também fez parte do debate Bianca Kivel, representante do Banco Central do Brasil, sinalizando as iniciativas prioritárias da instituição na presidência dos BRICS. Há cinco frentes de trabalho, como o Arranjo Contingente de Reservas (Contingent Reserve Arrangement - CRA), que oferecem suporte financeiro aos países membros em resposta a situações reais ou potenciais pressões de balanço de pagamentos. Também faz parte das prioridades a agenda climática. “Vamos tratar sobre testes de estresse em riscos climáticos que são vistos como uma parte das práticas prudenciais para garantir solidez e resiliência dos bancos e aí nesse relatório a gente vai tentar pormenorizar as características e o estágio de progresso dessas atividades em cada um dos países dos BRICS”, revelou.

O encerramento do evento, em São Paulo, contou com uma fala da diretora de Estudos Internacionais do Ipea, Keiti Gomes. Ela enalteceu a oportunidade de participação popular no processo. “As discussões com a sociedade civil forneceram contribuições valiosíssimas que enriqueceram e muito a nossa presidência do G20. Certamente, viveremos isso também no BRICS”, argumentou.

Sob o lema ‘Fortalecendo a cooperação do sul global para uma governança mais inclusiva e sustentável’, a presidência brasileira do BRICS em 2025 se concentra em duas prioridades: Cooperação do Sul Global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. No âmbito dessas prioridades, o Brasil propõe concentrar atenção política em seis áreas centrais: cooperação em saúde global; comércio, investimentos e finanças; mudança do clima; governança de inteligência artificial; arquitetura multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional do bloco.

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