Em missão no Chile, Ipea defende ODS 18 por igualdade racial e fortalece cooperação internacional
Delegação brasileira participou de evento da Cepal e promoveu debate da pauta étnico-racial na Agenda 2030, com parcerias com instituições como Geledés e Ministério da Igualdade Racial
Publicado em 04/04/2025 - Última modificação em 04/04/2025 às 19h59

Em missão oficial na 8ª reunião do Fórum da América Latina e Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, a presidenta do Instituto de pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Mendes Santos Servo, liderou a defesa do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18 para Igualdade Étnico-Racial. O evento ocorreu de 31 de março a 4 de abril.
Além de posicionar o tema como prioridade regional, a delegação brasileira, representando a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS) e o Ipea, participou de novo acordo entre o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Cepal, além de avançar em cooperações técnicas nas áreas de demografia e estatística, reforçando o papel do Brasil na governança global da Agenda 2030.
Os eventos organizados em parceria com a Universidade do Chile, com participação também do MIR e sob organização da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), buscaram fortalecer a cooperação regional. A discussão enfatizou a necessidade de ações coordenadas para enfrentar discriminações, especialmente contra mulheres negras, e inserir essa pauta em fóruns multilaterais, como a Conferência Internacional de Financiamento (2025) e a COP 30, que será sediada em Belém (PA) este ano.
“Há uma compreensão de que a questão étnico-racial e a questão das discriminações, racismo e desigualdades vão muito além do Brasil, indo para vários países da América Latina, e que isso exigiria um esforço coordenado para combate às discriminações”, explicou a presidenta Luciana durante os debates.
Parceiro do Ipea nas agendas racial e de gênero, o Geledés - Instituto da Mulher Negra também esteve presente no fórum com o debate “Desenvolvimento sustentável, empoderamento econômico e justiça climática: estratégias para promover a agenda racial e de gênero nos espaços globais em 2025”. O encontro fez parte do compromisso do Geledés de fortalecer a voz das mulheres afrodescendentes nos espaços de governança global e contribuir para um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo e antirracista.
Ainda segundo a presidenta do Ipea, que destacou a representação da delegação brasileira no fórum, o papel fundamental da CNODS, restabelecida em dezembro de 2023, facilitou o diálogo com a sociedade civil e estabeleceu a assessoria técnica do Ipea, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação Oswaldo Cruz. “Foi o que permitiu a elaboração do segundo Relatório Nacional Voluntário (RNV) com base em uma metodologia rigorosa que incluiu a identificação de metas prioritárias alinhadas ao Plano Plurianual 2024-2027, a classificação do progresso e a identificação de boas práticas”, ressaltou durante o debate “Atores e Alianças-Chave para o Desenvolvimento Sustentável na América Latina e no Caribe”.
O Relatório Nacional Voluntário é uma forma de monitoramento da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este relatório pode ser apresentado à ONU pelos países que se comprometeram com a Agenda 2030. O Brasil viveu um hiato após a Comissão Nacional dos ODS (CNDOS) ser desfeita em 2019. Ao retornar com a produção do RNV, o Ipea reforça seu compromisso com as metas sustentáveis, e deve lançar a terceira edição nos próximos meses.
“Destacamos também o Pacto “Meu Município pelos ODS”, que apoia os municípios brasileiros no desenvolvimento da Agenda 2030 e no avanço da territorialização dos ODS no Brasil", completou Luciana durante o encontro.
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