Conselho de Think Tanks do BRICS reuniu-se no Rio

Conselho de Think Tanks do BRICS reuniu-se no Rio

Ipea coordenou os trabalhos do grupo e propôs uma agenda operacional

Nos dias 16 e 17 de março, o Conselho de Think Tanks do BRICS (BTTC), composto por representantes de centros de pesquisa dos cinco países membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), reuniu-se no Rio de Janeiro. A presidência dos BRICS neste ano está com os brasileiros, e o Ipea, como think tank oficial do Brasil para o grupo, coordena as discussões e o trabalho do Conselho. O encontro resultou em um documento, com recomendações de longo prazo para os BRICS, que será entregue a autoridades de cada país envolvidas na organização da Cúpula marcada para julho, em Fortaleza.

“A reunião do BTTC acontece em um momento delicado, em que três dos cinco países estão em período eleitoral. O conceito original do BRICS foi desafiado e é preciso que tenhamos clareza para defender o conceito, que é a solidez desse grupo”, afirmou Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Ipea, durante o encontro no Palácio do Itamaraty. Ele se referia às dúvidas lançadas sobre o grupo no último Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).

Neri destacou também que o evento inicia a celebração do jubileu de 50 anos do Ipea. “O Instituto não é só um think tank, é também uma plataforma de promoção de políticas públicas. E nosso objetivo no Conselho é construir plataformas de compartilhamento de informações entre os países dos BRICS.”

O embaixador Sérgio Moreira Lima, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), instituição que apoiou a realização do encontro, enfatizou que a 6ª Cúpula dos BRICS é um evento de grande importância e pode se beneficiar do BTTC. “É preciso superar a distância geográfica e cultural entre nossos países, ampliar o conhecimento mútuo e projetar nossos valores e ideias no cenário internacional”, defendeu.

O coordenador do Fórum Acadêmico dos BRICS e também da delegação brasileira, Renato Baumann (Ipea), destacou a necessidade de o Conselho definir uma agenda operacional. “Vamos decidir como manter nossos registros de informações e como trabalhar nossa base operacional.”

Questões como a frequência de reuniões do BTTC e seu formato ideal, a construção de uma base virtual, e como proceder com a transferência de arquivos e material de uma Presidência para a próxima foram abordadas no encontro.

Outros tópicos também fazem parte dessa agenda operacional, como, por exemplo, de que maneira serão compartilhados dados primários e como construir um registro de pesquisadores que trabalham com os temas relacionados aos BRICS.

Exposições
Durante o encontro do Conselho de Think Tanks, o diretor-geral da empresa Marcopolo, José Rubens de la Rosa, falou aos representantes dos cinco países sobre o trabalho do BRICS Business Council. O Conselho Empresarial é composto por cinco corporações de cada país. “Trata-se de um trabalho relativamente recente, que ganhou ímpeto depois de nossa primeira reunião, em agosto de 2013”, explicou. Entre os objetivos do grupo, está a busca por maior cooperação visando gerar recomendações em áreas como infraestrutura, mineração, farmacêuticos, produtos agrícolas, serviços e tecnologias da informação e comunicação.

Mais tarde, o secretário de Ações Estratégicas da SAE, Ricardo Paes de Barros, fez um balanço dos principais pontos do seminário inaugural sobre populações realizado em Mpumalanga, na África do Sul, entre 28 de fevereiro e 4 de março. “Os BRICS têm conhecimentos e habilidades complementares. E níveis similares de excelência. O ponto é fazer com que as instituições se complementem”, afirmou, indicando maneiras de ampliar a cooperação entre think tanks dos cinco países.

As delegações se dirigiram, em seguida, ao Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), onde foram recebidas por Eduarda La Rocque, presidente do Instituto Pereira Passos, representando o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. “A maneira como os BRICS venham utilizar suas cidades e redes de cidades é crucial para um bloco efetivamente coeso e articulado”, afirmou La Rocque em seu discurso. Durante o evento, o embaixador José Alfredo Graça Lima, organizador (sherpa) da Cúpula dos BRICS deste ano, recebeu de Renato Baumann o documento com recomendações elaborado pelo Conselho.

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