Seminário debateu a taxa de câmbio do real

Seminário debateu a taxa de câmbio do real

Em evento realizado no Rio de Janeiro, especialista mostrou análise estatística sobre o câmbio da moeda brasileira

Após a grande valorização do Real no início dos anos 2000, a crise financeira interrompeu a tendência de valorização, em 2008. Desde outubro do ano passado, o valor da moeda voltou a crescer com as novas medidas do governo. A taxa de câmbio do real foi discutida no seminário Fatores da taxa de câmbio do real: uma análise estatística, na última quarta-feira, 28 de abril, na representação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no Rio de Janeiro. O estudo foi exposto pelo Diretor do Centro de Estudos do Mercado de Capitais Carlos Rocca.

O ciclo da alta valorização ocorreu nos anos 2002 e 2003. Entre 2005 e 2006, a maior parte da valorização do real refletiu a desvalorização do dólar no mercado internacional, e a economia brasileira começou a se estabilizar. “Entre 2000 e 2005, os preços das commodities aumentavam e o câmbio não caia. Em 2006 atingimos estabilidade macro e institucional”, afirmou Carlos Rocca. No segundo semestre desta década, segundo Rocca, “a relação forte do real com as commodities veio de carona com a cesta de moedas.”

Com a eclosão da crise em 2008, o real voltou a desvalorizar. “A taxa de câmbio passou a ser mais influenciada pelo movimento internacional de capitais”, disse o Diretor.  Após a crise, a moeda voltou a ser valorizada. A partir de outubro do ano passado, o governo passou a tributar os investimentos estrangeiros em ações com 2% de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), e a valorização da moeda voltou.

No estudo, Carlos Rocca aponta algumas críticas à tributação, entre elas o aumento de custo de capital das empresas brasileiras. “Um dos objetivos do trabalho é fazer uma avaliação preliminar do impacto da nova tributação sobre a taxa de câmbio a partir deste período”, afirmou o Diretor.