Ipea promove seminário sobre a crise financeira
Publicado em 27/01/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h49
Ipea promove seminário sobre a crise financeira
O técnico da Dimac Adolfo Sachsida fará uma interpretação liberal das causas e efeitos da crise internacional
“A crise financeira internacional que começou em 2008 e teve os Estados Unidos no epicentro ocorreu por causa das políticas monetárias e fiscais do governo estadunidense, que criou várias leis facilitando o financiamento e o consequente ambiente propício ao aumento de imóveis.” A opinião é do doutor em economia e técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Adolfo Sachsida.
Nos Estados Unidos, segundo Sachsida, “havia garantias federais para que os bancos financiassem imóveis”. O Brasil, na visão do economista, não foi tão atingido porque “os juros existentes aqui já eram muito ruins, muito altos, e os bancos não tinham o que financiar”.
As ideias de Sachsida, técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), poderão ser debatidas durante o seminário Uma Interpretação Liberal da Crise Financeira, que ocorre nesta quinta-feira, 28, das 14h30 às 17h30, na sede do Ipea em Brasília (SBS, Qd 1, Bl J. Edifício Ipea/BNDES, auditório do 8º andar). O evento é aberto ao público.
Rio de Janeiro
Nesta quarta-feira, dia 27, o mesmo seminário foi realizado na sede do Ipea no Rio de Janeiro. Sachsida disse que a crise não surpreendeu quando eclodiu, por apresentar indícios desde o início dos anos 2000.
“A crise não pegou todo mundo de surpresa, havia indícios de que iria acontecer. O setor imobiliário já estava em crise, as casas estavam caras antes do estouro da bolha”, afirmou o técnico do Ipea. Na visão dele, a decisão de conceder casas às pessoas carentes nos Estados Unidos levou o Congresso a impor pressão aos bancos para liberar financiamentos, estimulando a população a comprar imóveis e depois vendê-los mais caros.
“Os dois culpados da crise, no meu ponto de vista, são o Congresso dos Estados Unidos e o Banco Central americano. O Congresso pressionava os bancos a dar mais créditos a grupos carentes, e o Banco Central mantinha uma taxa de juros baixa. Quando a economia começou a patinar, muitas pessoas perderam o emprego e deixaram de pagar financiamento, os preços dos imóveis declinaram e muitos bancos caíram”, destacou.