Internacionalização de empresas foi debatida em SP
Publicado em 06/11/2009 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h56
Internacionalização de empresas foi debatida em SP
Em cooperação com a Sobeet, o Ipea promoveu seminário sobre experiências na China, Espanha e Índia
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por meio da Diretoria de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais (Dicod), promoveu em São Paulo o seminário A Internacionalização das Empresas Chinesas, Espanholas e Indianas. O encontro, em parceria com a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), ocorreu nesta terça-feira, 10 de novembro, das 14h às 17h, no Escritório da Presidência da República na capital paulista (Avenida Paulista, 2.163, 17º andar).
Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet, abriu o seminário comentando o crescente movimento de internacionalização de empresas no Brasil. Ele lembrou que, hoje, o País tem cerca de 900 empresas atuantes no exterior. “A motivação é manter e aumentar a competitividade internacional das empresas, não se trata de exportar empregos ou deixar de investir no Brasil. Os investimentos lá fora são complementares aos daqui de dentro”, disse Lima.
A primeira palestra coube a Luciana Acioly, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, que comentou o processo de internacionalização de empresas na China. “Os investimentos diretos externos (IDEs) chineses são os que mais chamam a atenção por conta da velocidade do fluxo. Entre 1990 e 2008, eles foram multiplicados por 60, muito acima da média mundial”, explicou Acioly. Esse IDE é realizado especialmente pelos setores primário e terciário. A técnica do Ipea citou exemplos de empresas de mineração, petróleo e infraestrutura, como CITIC, COSCO, CSCEC, CNPC E Sinochem.
Segundo Acioly, as principais políticas públicas voltadas à internacionalização no país asiático incluem simplificação de procedimentos, incentivos fiscais e financeiros (China Development Bank e China Exim Bank), apoio informacional e promoção de acordos internacionais. Lídia Ruppert, da Sobeet, afirmou que ações governamentais também impulsionaram a internacionalização das empresas espanholas. Na Espanha, os setores de telecomunicações, finanças, seguros e fornecimento de energia são os que mais buscaram investir no exterior.
“Hoje, as cinco maiores empresas da Espanha com IDE são 100% privadas. Mas o Estado tem papel muito importante nesse processo, e o objetivo das políticas públicas é a redução dos custos do IDE nos diferentes mercados”, disse Ruppert. Algumas das medidas adotadas pelo governo, de acordo com a pesquisadora, são tratados para evitar dupla tributação, programa de conversão de dívidas em investimentos espanhóis públicos e privados, acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos, além de instrumentos de segurança, financeiros e informativos.
O seminário foi encerrado com a palestra de Samira Schatzmann, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, sobre a internacionalização de empresas indianas. Ela explicou que, em 2006, houve um salto de IDEs indianos “sem indícios de reversão”. “As medidas de política (voltadas à internacionalização das empresas) sempre estiveram condicionadas pela preocupação com o equilíbrio no balanço de pagamentos e pela disponibilidade de reservas cambiais”, declarou. Esses IDEs se concentram nas farmacêuticas, terceirização de serviços e em grandes empresas focadas em diversos segmentos (como o grupo Tata).
Leia a Nota Técnica A Internacionalização das Empresas Chinesas