Samuel Guimarães quer Ipea planejando o País
Publicado em 22/10/2009 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h58

Samuel Guimarães quer Ipea planejando o País
Novo ministro da SAE pede elaboração de política para a Amazônia e participação do Instituto em projetos de desenvolvimento até 2022
Em entrevista depois da cerimônia de posse como novo ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, na terça-feira (20), Samuel Pinheiro Guimarães disse à Agência Ipea e outros repórteres que deseja entrosar o Instituto e a Secretaria. A intenção é atender às demandas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por um projeto de desenvolvimento até 2022, ano de comemoração de 200 anos de independência do Brasil. Guimarães elogiou os quadros do Ipea e falou sobre temas como Amazônia e política de defesa.
A Amazônia será seu principal objeto de trabalho na Secretaria de Assuntos Estratégicos?
A Secretaria já vinha estudando esse tema e preparou inclusive um programa, chamado Plano Amazônia Sustentável, e o presidente, hoje (terça-feira), no discurso, definiu bem qual é a questão. De um lado, preservar o bioma amazônico, e, ao mesmo tempo, gerar as condições para que a população que lá vive, cerca de 25 milhões de brasileiros, tenha condições de levar uma vida digna e adequada. Temos de encaminhar a questão da Amazônia, é um tema extremamente complexo. Até hoje não se tem noção precisa, apesar dos esforços já feitos pela Secretaria, de como enfrentar de fato essa situação.
E quais são os outros planos de ação para a SAE?
Já conheço alguns dos projetos que vêm sendo realizados, há um relativo ao Nordeste, outro na Amazônia, outro na área de gestão pública, educação e saúde. Então, vou começar a avaliar a situação de cada um desses programas. Uns estão mais adiantados, outros já foram muito bem-sucedidos, como a questão da estratégia nacional de defesa, em que a Secretaria e o professor Mangabeira Unger (ex-ministro da SAE) trabalharam com o Ministério da Defesa de forma muito próxima, para elaborar uma estratégia extremamente importante e que já foi aprovada em decreto pelo presidente. Enfim, os projetos que estão em curso na Secretaria encontram-se em diversos graus de trabalho. Alguns estão sendo ainda elaborados, outros estão no meio. Terei de avaliar isso ao entrar e conversar com os técnicos da Secretaria e do Ipea também. Há um potencial humano muito grande não só na Secretaria, como no Ipea. Há talentos, economistas jovens, outros mais velhos, experientes.
O que a nova gestão representa para o Ipea?
Não tenho conhecimento exato de qual é a situação entre o Ipea e os quadros da Secretaria, mas pretendo fazer um entrosamento muito grande entre o Ipea e a SAE porque o Instituto tem um número muito grande de técnicos, tem um quadro muito maior que a Secretaria. Então, espero entrosar essas duas equipes de forma muito próxima, de modo a desenvolver tudo isso que o presidente pediu. O presidente pediu um planejamento para 2022. Não é tarefa fácil. É extremamente complexa, exige trabalho muito grande de coordenação com ministérios, avaliar pontos de vista de cada ministério, quais são as questões mais importantes, estratégicas, que deveríamos abordar desde já para fazer com que o futuro ocorra. O futuro só ocorre como decorrência do presente. O futuro não existe isoladamente, é uma série de atos que tomamos no presente.