Hábitos modernos impactam qualidade de vida, revela estudo

Hábitos modernos impactam qualidade de vida, revela estudo

Pesquisa inédita do Ipea avalia os efeitos de hábitos da vida moderna e das condições de trabalho sobre a previdência

O Brasil está vivendo uma fase de otimismo alimentada pela melhoria de fatores econômicos e sociais. Segundo o Comunicado da Presidência nº 33, intitulado Qualidade de Vida: Seus Determinantes e Sua Influência Sobre a Seguridade Social, existem razões para destacar que toda a população brasileira está se beneficiando de uma série de aspectos positivos, mas a continuidade desse quadro depende de políticas públicas que busquem melhorar hábitos e condições de trabalho para fazer o cidadão cumprir o tempo de serviço necessário até se aposentar.

A pesquisa inédita do Ipea, divulgada na quarta-feira, dia 14, usa como fonte de dados a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o IBGE (PNAD), o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS/Dataprev) e o Ministério da Saúde (MS/Datasus).

Os dados mostram que a probabilidade de morrer antes dos 65 anos de idade no Brasil é alta, e que além o risco de morte prematura por problemas de saúde ou de causas externas como a violência, a expectativa de vida saudável dos brasileiros é inferior à expectativa de vida total devido a doenças crônicas, principalmente as cardiovasculares.

A perda de vida saudável no Brasil (número médio de anos de vida que uma pessoa de determinada idade pode esperar viver com saúde, dado que prevaleçam as taxas de morbidade e mortalidade naquela idade específica) é quase o dobro da registrada na Alemanha. Veja o quadro.

Tabela 1 – Esperança de vida total versus esperança de vida saudável segundo gênero – dados em anos de vida para 2003

País

Mulheres

Homens

Total

Saudável

Total

Saudável

Finlândia

82

74

76

69

Estados Unidos

80

71

75

67

Espanha

84

75

77

70

Alemanha

82

74

76

70

Argentina

79

68

71

62

México

78

68

73

63

Rússia

72

64

59

53

Brasil

76

62

68

57

China

74

65

71

63

África do Sul

52

45

50

43

Índia

65

54

62

53

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: OMS

Em 2030, segundo projeções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o Brasil terá uma população idosa significativa e menor número de jovens. O estudo do Ipea sugere que a garantia da permanência e aprimoramento do sistema de proteção social do País depende de políticas públicas que projetem qualidade de vida, melhores condições de trabalho, de transportes urbanos, de atendimento à saúde e de tempo de estudo. “Não é outra, aliás, a motivação para a adoção de medidas que previnam os riscos de acidentes, violência e perda de condições de vida saudáveis observadas nas sociedades mais avançadas. Os custos com gastos sociais podem ser compensados por menores gastos com tratamentos médicos”, destaca o documento do Instituto.

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