Bahia debate desenvolvimento e políticas públicas

Bahia debate desenvolvimento e políticas públicas

A Dimac e o governo baiano discutiram, em Salvador, estratégias e desafios para o País e o estado

Avanços, estratégias e desafios para o desenvolvimento, tanto no âmbito federal quanto regional, foram os temas discutidos na quinta-feira, 8 de outubro, no seminário Encontros Brasil Ipea 45 Anos: Um Novo Ciclo do Pensamento Nacional. O debate, proposto como parte comemorações dos 45 anos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reuniu secretários do governo da Bahia e o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Instituto, João Sicsú, em Salvador.

Durante a tarde, no auditório do Hotel Vila Galé, em Ondina, Sicsú fez parte de uma mesa composta pela secretária da Casa Civil, Eva Maria Chiavon, pela economista Maria Luíza Falcão, diretora de Assuntos Internacionais da Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, e pelo presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), Luís Alberto Petitinga.

Eva Chiavon abriu o debate abordando a situação do País e do estado baiano. Ela citou ações levadas a cabo pela administração atual e números recentes divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, que apontam que o número de domicílios atendidos por rede de abastecimento de água na Bahia aumentou de 75,1%, em 2005, para 79,6%, em 2008, entre outros avanços sociais.

Luís Alberto Petitinga falou sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura no estado e, entre outros exemplos, citou o transporte público. "Salvador, com três milhões de habitantes, tem uma das piores capacidades de mobilidade do país. Não temos metrô, não temos corredores de ônibus. São questões que, se resolvidas, trarão empregos, turismo. É a mobilidade do consumidor, ele se desloca pra consumir", afirmou.

Perspectivas
João Sicsú fez sua apresentação com o tema A Economia Brasileira e Perspectivas. Avaliou como positivas - e inéditas - as ações do governo na resposta à crise global. "No campo fiscal, fomos rápidos e eficazes. E as políticas sociais se mostraram muito importantes. Já a política monetária veio em atraso, mas seguiu na direção correta. Em outras épocas, cortava-se o gasto público e aumentava-se a taxa de juros."

Sicsú também se mostrou otimista quanto ao futuro. "Nossa economia durante a crise é a mesma que tínhamos antes da crise, quando estávamos crescendo 5% ao ano. Tivemos crise de liquidez, de confiança, contenção de despesas e gastos, mas não tivemos bancos, empresas, montadoras indo à falência. Temos condição de crescer 5%, 6%, até mais ao ano. Os Estados Unidos é que não têm a mesma economia de antes da crise."

O diretor apresentou ainda dados da indústria, do comércio varejista, venda de veículos, investimentos em infraestrutura e política sociais, e discutiu finanças públicas. "Nós precisamos ter responsabilidade com o orçamento público. Mas nós não o equilibramos com corte de gastos, e sim com aumento de investimentos", afirmou. (confira abaixo a apresentação de João Sicsú)

Maria Luíza Falcão encerrou os debates da tarde parabenizando o Ipea pela "cruzada" pelo desenvolvimento no debate nacional. Em sua apresentação, Estratégias de Desenvolvimento com Inclusão Social, citou uma série de dados, abordou o que chama de ciclo virtuoso de 2003 a 2008 e apontou três pilares para o crescimento com estabilidade e inclusão social: o PAC, o programa de habitação Minha Casa, Minha Vida, os projetos de infraestrutura para Copa do Mundo e Olimpíadas; rede de proteção social; e sistema de financiamento público, crédito e empresas públicas sólidas.

"Vamos crescer, ao contrário da ideia equivocada de que precisamos de poupança prévia para crescimento. Precisamos é colocar dinheiro nas mãos daqueles que gastam. Cerca de 25% do PIB são destinados à defesa e proteção da sociedade, o que possibilitou de muitas formas ao Brasil passar pela crise da forma que passou", disse. (confira abaixo a apresentação de Maria Luiza Falcão)


Política conjunta
À noite, o debate, fechado, contou com secretários da Bahia e teve como objetivo refletir sobre as políticas sociais e a estratégia de desenvolvimento do governo do estado. A secretária da Casa Civil, Eva Chiavon, falou da importância dos estudos do Ipea para os gestores públicos e lembrou que as políticas federal e estadual são gemelares, atuando de forma conjunta.

Além dela, fizeram parte da mesa Oswaldo Barreto (secretário de Educação), Luiza Bairros (Promoção da Igualdade), Valmir Assunção (Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza), Roberto Muniz (Agricultura), entre outros secretários, chefes de gabinete e servidores.


Veja a apresentação de João Sicsú

Veja a apresentação de Maria Luiza Falcão

A série de seminários Encontros Brasil Ipea 45 Anos: Um Novo Ciclo do Pensamento Nacional segue com as demais diretorias do Instituto. Acompanhe a programação:


Outubro

14 (quarta-feira) - Disoc -Belém

20 (terça-feira) - Diest - Brasília

22 (quinta-feira) - Dirur - Aracajú

27 (terça-feira) - Dides - Brasília

29 (quinta-feira) - Diset - São Paulo