Previdência atinge a maior cobertura na década
Publicado em 01/10/2009 - Última modificação em 22/09/2021 às 05h00

Previdência atinge a maior cobertura na década
Análise da PNAD revela ainda desemprego decrescente e redução na informalidade no trabalho
Técnicos da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Ipea apresentaram na manhã desta quinta-feira, 1º de outubro, mais análises da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2008). A segunda entrevista coletiva, realizada na sede do Instituto no Rio de Janeiro, trouxe boas notícias nas áreas de previdência e mercado de trabalho, mas novidades preocupantes em matéria de demografia (leia a matéria seguinte).
A primeira parte da apresentação do Comunicado da Presidência nº 31 coube ao técnico de Planejamento e Pesquisa (TPP) Leonardo Rangel. Ele revelou que, segundo a PNAD, a cobertura previdenciária do Brasil atingiu o ponto mais alto da década até agora, com 59,6% da população economicamente ativa (PEA) inserida. No entanto, ele lembrou que um terço da PEA brasileira ainda corresponde a trabalhadores informais, que não contribuem para a previdência.
“Isso significa que o emprego com carteira assinada cresceu, o número de contribuintes cresceu, mas a informalidade persiste e responde por cerca de 31,1 milhões de pessoas”, afirmou Rangel. Os empregos com carteira pularam de 30,4% da PEA em 2001 para 35,7% em 2008. Já os contribuintes passaram de 44,3% para 51% no mesmo período.
O estudo incluiu uma simulação que demonstra a relevância da previdência enquanto reguladora da pobreza. Se todos os benefícios pagos fossem retirados, a parcela de indigentes (que ganham menos de ¼ de salário mínimo per capita) na população passaria de 10% para 20,19%. Seriam mais 17 milhões de indivíduos nessa situação.
Cai a informalidade
O TPP Carlos Henrique Corseuil apresentou o artigo escrito com Lauro Ramos sobre evolução do mercado de trabalho entre 2001 e 2008. Os avanços nessa área são patentes: o grau de informalidade no emprego é o menor da década, o desemprego é o menor desde 1996, e o rendimento real médio de todos os trabalhos é o maior da década, de acordo com a PNAD 2008.
O grau de informalidade - razão entre trabalhadores sem carteira, por conta própria e não remunerados sobre o total de ocupados - ficou em 49,4% em 2008 e vem caindo desde 2002. “A tendência é acelerarmos essa queda”, disse Corseuil. Já o desemprego está na casa dos 7,2%, e o rendimento real médio atingiu R$ 944,38. “Devemos ressaltar que a queda recente no desemprego é puxada pelo aumento na demanda por trabalho, pois a taxa de participação está estável, sem retração”, lembrou o técnico da Disoc.
Leia a íntegra do Comunicado da Presidência nº 31