Ipea fechou acordo com o Banco Central de Atlanta
Publicado em 25/08/2009 - Última modificação em 22/09/2021 às 05h04
Ipea fechou acordo com o Banco Central de Atlanta
Parceria terá início por quatro setores: macroeconomia, bancos regionais, bancarização dos não bancarizados e impacto econômico da migração
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fechou um memorando de cooperação com o Federal Reserve Bank (banco central) de Atlanta, por meio do Centro das Américas, ligado à instituição financeira norte-americana. "É o primeiro acordo desse tipo entre o Ipea e uma instituição financeira fora do Brasil", ressaltou o presidente do Instituto, Marcio Pochmann.
Em um primeiro momento, serão quatro os temas de cooperação: macroeconomia, bancos regionais, bancarização dos não bancarizados e impacto econômico da migração. No entanto, o acordo permite a inclusão de mais temas. "O Centro das Américas concentra uma série de atividades, como conferências de pesquisa, análise de tendências econômicas, assistência técnica e acesso público à educação", disse Stephen Kay, coordenador do Centro.
O memorando de cooperação foi assinado por Pochmann e David Altig, vice-presidente sênior e diretor de pesquisa do FED de Atlanta. Depois do ato, Altig proferiu a palestra Is it over yet? ("Será que já acabou?", em tradução livre), na qual expôs seu ponto de vista sobre a recuperação da economia dos EUA passado o momento mais crítico da crise mundial.
"Quando falamos da crise do setor financeiro, sim, parece que acabou. Mas e a recessão? Essa provavelmente acabou. Se medirmos por crescimento negativo ou positivo do PIB dos EUA, parece claro que haverá crescimento positivo no terceiro trimestre deste ano, talvez um pouco menos que no Japão ou na Europa", afirmou Altig. O vice-presidente sênior do FED-Atlanta apresentou gráficos sobre empréstimos interbancários nos EUA, emprego, vendas, receitas e despesas do governo para mostrar que a situação da maior economia do planeta ainda é delicada, mas dá indícios de melhora.
"A realidade do emprego pode ser pior, pois muitos postos em tempo integral se transformaram agora em tempo parcial. Em relação à quantidade de pessoas que trabalham em tempo parcial e gostariam de atuar em tempo integral, esse número está muito acima do registrado em qualquer outra recessão depois da 2ª Guerra Mundial", declarou Altig. Ele afirmou que é necessário um novo sistema regulatório da economia "voltado não apenas para evitar o fracasso, mas para administrar o fracasso".