Helio Montferre/Ipea
Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta a importância da implementação, nas escolas públicas e privadas brasileiras, de um projeto de aconselhamento educacional. Intitulado “Sistemas de Acompanhamento e Aconselhamento Educacional no Brasil: reflexões para a política pública”, o texto propõe serviços de aconselhamento presenciais ou online, o que reduziria custos a longo prazo e ampliaria o alcance das pessoas atendidas.
A proposta mostra a importância de os professores realizarem acompanhamento e aconselhamento além do assessoramento pedagógico, para promover o fortalecimento socioemocional dos estudantes e auxiliá-los nos desempenhos acadêmicos, desenvolvimentos cognitivos, comportamentos, disciplinas, habilidades interpessoais, planos e opções de ensino superior ou carreira.
Esse modelo de trabalho é novidade no Brasil. Atualmente, o acompanhamento é realizado por pedagogos com habilitação em orientação educacional, mas nem todas as escolas contam com a presença desse profissional. A proposta é que esses serviços passem a assumir uma posição central nos processos escolares.
O tema merece destaque principalmente no contexto educacional pós-pandemia, em que os alunos passaram por múltiplas dificuldades: técnicas, como falta de computador e de acesso à internet; emocionais, como ansiedade e estresse; de aprendizado de conteúdo; evasão escolar; etc. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), dois milhões de crianças e adolescentes, de 11 a 19 anos, não estão frequentando a escola no Brasil.
Existem, no entanto, obstáculos para implementar o projeto nas escolas. São necessárias estruturas de atendimento, maior número de profissionais especializados e uma cultura de valorização e reconhecimento social da importância do aconselhamento escolar.
Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido são exemplos de países que implementaram o aconselhamento estudantil. Os resultados obtidos foram melhor desempenho acadêmico, diminuição da evasão estudantil, preparação mais adequada para universidade e carreira, desenvolvimento social e emocional, impactos positivos em saúde mental, resiliência e mais tolerância de raça.
O estudo foi produzido pela especialista em políticas públicas e gestão governamental Ana Codes, diretora-substituta de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, e pelo técnico de planejamento e pesquisa Herton Ellery Araújo. Segundos os autores, a ideia é estimular o debate sobre o tema, com vistas à possível elaboração de políticas públicas.
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