Em 2024 comemoramos o aniversário de 60 anos do Ipea e os 20 anos do lançamento do portal Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. Ao longo das últimas seis décadas, o Ipea desenvolveu estudos e pesquisas que contribuíram de forma decisiva para a reflexão e inovação em políticas públicas, a fim de aprimorar o enfrentamento das desigualdades de gênero e raça nos níveis federal, estadual e municipal. Acesse os Estudos e Pesquisas do Ipea nesses temas aqui.
Plataforma do Ipea lançada em meio às comemorações pelos 60 anos do instituto reúne mais de 300 indicadores de gênero e raça. O projeto Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça completou vinte anos de existência este ano, com o objetivo de oferecer à sociedade brasileira um conjunto de informações que amplie a compreensão sobre as persistentes desigualdades de gênero e raça no país.
Essa dupla comemoração motivou o processo de resgate da memória institucional dos êxitos e desafios da consolidação das áreas de pesquisa de gênero e raça na Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea. O portal Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça teve significativa importância neste processo de consolidação institucional.
A pesquisadora Natália de Oliveira Fontoura e o pesquisador Antônio Teixeira Lima Junior falam um pouco de como as áreas de estudo de gênero e raça acabaram sendo um motor para transformações do próprio Ipea, propiciando debates institucionais e a revisão de suas práticas cotidianas.
A pesquisadora Natália de Oliveira Fontoura e o pesquisador Antônio Teixeira Lima Junior conversam sobre a troca entre os estudos de gênero e de igualdade racial no Ipea, os aprendizados e desafios do trabalho conjunto.
Reafirmando o compromisso do Ipea com pautas essenciais para a efetiva democratização da sociedade brasileira, esta edição do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça inaugura uma coleção temática de “Gênero e Raça” no Repositório do Conhecimento do Ipea. Esta coleção apresenta, em um só lugar, um conjunto expressivo de publicações do Ipea sobre os temas de gênero e raça – artigos, livros, capítulos de livros, textos para discussão, notas técnicas e boletins de políticas sociais.
A coleção de publicações “Gênero e Raça” visa aprofundar o diálogo entre as pesquisadoras e pesquisadores que tenham interesse nesses temas. Sua criação recupera uma bela história de publicações do Ipea, contribuindo para visibilizar essa expressiva produção – de aproximadamente 600 itens até 2024.
Para saber mais dessa história, você também pode acessar os vídeos que preparamos abaixo, nos quais pesquisadoras e pesquisadores do Ipea refletem sobre o histórico e os desafios da implementação, institucionalização e consolidação da agenda de gênero e raça no órgão e no Governo Federal. Seus relatos citam projetos marcantes e vislumbram os horizontes que se apresentam para o futuro desses campos de pesquisa. Também rememoram e reconhecem a contribuição de outras estudiosas e estudiosos que os inspiraram.
O começo dos anos 2000 marcou o início da consolidação institucional do tema de gênero no Ipea com a produção do relatório dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) 3. No entanto, foi a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres no Governo Federal que impulsionou a criação e o fortalecimento de uma coordenação específica de gênero a fim de acompanhar suas políticas públicas. Na sequência, a criação do capítulo de Igualdade de Gênero no Boletim de Políticas Sociais possibilitou o acúmulo de um registro histórico das principais ações, dos avanços e dos retrocessos das políticas para as mulheres no Governo Federal nos últimos anos. Outros trabalhos marcantes também foram lembrados, como a contribuição do Ipea para a regulamentação e ampliação dos direitos das trabalhadoras domésticas.
Luana Simões Pinheiro, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea e pioneira nos estudos de gênero, fala sobre o futuro da área no órgão.
Luana Simões Pinheiro, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea e pioneira nos estudos de gênero, fala sobre o futuro da área no órgão.
A pesquisadora Natália de Oliveira, pioneira nos estudos de gênero no Ipea, fala sobre a importância das trocas com o Governo Federal para a institucionalização da área no órgão.
A pesquisadora Natália de Oliveira, pioneira nos estudos de gênero no Ipea, fala sobre a importância das trocas com o Governo Federal para a institucionalização da área no órgão.
Nos estudos de raça, a fins da década de 1990 o Ipea já pautava a discussão da inclusão e aprimoramento do quesito raça/cor nos registros administrativos brasileiros e nos censos. A partir do capítulo de Igualdade Racial no Boletim de Políticas Sociais, da institucionalização desta área de pesquisa e da entrada de novos pesquisadores negros nos concursos do Ipea, sua produção se multiplicou. Alguns dos trabalhos pioneiros foram aqueles relativos às cotas raciais em universidades e concursos públicos, bem como os trabalhos que mensuraram e reafirmaram a expressiva desigualdade, discriminação e violência racial que nossa sociedade reproduz.
Nathalie Beghin, Tatiana Dias Silva e Antônio Teixeira Lima Junior são pesquisadores que contribuíram em diferentes momentos da história da área de Igualdade Racial no Ipea contam alguns dos maiores desafios e apoios para a institucionalização da área, bem como os trabalhos mais relevantes desenvolvidos em parceria com o Governo Federal.
O pesquisador Rafael Guerreiro Osório conta um pouco sobre o desenvolvimento da área de Igualdade Racial no Ipea desde o início e seus principais desafios.
Rafael Guerreiro Osório, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, fala sobre a história de um de seus principais textos na área de Igualdade Racial, intitulado “O Sistema Classificatório de ‘Cor ou Raça’ do IBGE”, Texto para Discussão 996 de 2003. Este texto é um campeão de downloads da produção do Ipea.
O resultado do compromisso institucional do Ipea com os temas de gênero e raça pode ser observado através do gráfico abaixo, produzido a partir do acervo de publicações indexadas na coleção “Gênero e Raça” até o início de 2024. Antes dos anos 2000, eram poucas as publicações do Ipea nessas temáticas. A partir do marco da criação das coordenações destes estudos no Ipea – como pode ser visto no quinquênio 2000-2004 – há um constante crescimento do número de publicações com estas temáticas.
É importante frisar que embora as publicações que se propuseram a analisar gênero ou raça separadamente sejam a maioria, há um crescimento expressivo das pesquisas que buscaram incluir ambas as dimensões em suas análises. A intersecção desses temas nas publicações do Ipea, presente desde os anos 2000, tem ganhado maior peso analítico em períodos recentes. Isto reforça a relevância de divulgações interseccionais como a do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça para a continuidade da produção de informações de qualidade que atendam às demandas do Governo Federal e da sociedade civil.
O Ipea deixa aqui o seu reconhecimento e agradecimento às pesquisadoras e pesquisadores que fizeram parte dessa história.
Convidamos você a conhecer a larga produção do Ipea nos temas de gênero e raça e a fazer parte dessa história conosco!